Em 07-04-2024, num artigo de análise sobre Gaza, no jornal Público, a Professora Joana Ricarte escreveu:
“Os dados disponíveis são aterradores. Desde 7 de outubro de 2023, mais de 33 mil palestinianos morreram, dos quais mais de 12.300 eram crianças – note-se que este número não inclui os quase sete mil desaparecidos nos escombros da destruição. A ONU estima que 85% da população de Gaza está deslocada, tendo mais de um milhão e meio de civis ido buscar refúgio no Sul, zona indicada por Israel como segura e que actualmente está a ser alvo de uma incursão terrestre que se pode antever como catastrófica. Quando o conflito terminar, muitos destes deslocados não terão casa para voltar. […] De acordo com o secretário-geral da ONU, António Guterres, regista-se em Gaza o maior número de pessoas enfrentando níveis de fome catastrófica e má nutrição alguma vez visto em qualquer lugar, a qualquer altura, num contexto em que Israel utiliza a fome como arma de guerra. Hospitais, universidades, escolas e infraestrutura civil foram totalmente destruídos. O trabalho jornalístico e de informação livre tornou-se quase impossível, na medida em que os media internacionais têm sido impedidos de entrar na região - dezenas de trabalhadores do sector dos media foram mortos, naquele que já é o conflito mais mortífero do século XXI para os jornalistas de guerra.”
Creio que o objectivo do governo israelita é pulverizar Gaza, de modo que ninguém consiga viver lá depois de terminada a guerra. A escumalha sionista espera que deste modo os palestinianos sejam forçados a emigrar. Esta escumalha tem afirmado que não existe um povo palestiniano. No site insuspeito peacenow.org, sob o título “They Say, We Say: The Palestinians are not a real people”, pode ler-se:
“The Palestinians are not a real people. They are just Arabs from other places who settled in the Land of Israel over the years, without any cohesive national identity. There never was a Palestinian state and efforts to create one now are unjustified.”
No presente conflito, os palestinianos têm sido sujeitos a um sofrimento absolutamente desumano. Em 03-04-2024 a CNN noticiava os seguintes factos:
Nesta guerra na Faixa de Gaza já morreram 196 trabalhadores humanitários. Israel continua a desobedecer à ordem do Tribunal Internacional de Justiça de garantir que a ajuda humanitária chegue à população de Gaza e também a ignorar o cessar-fogo imediato exigido pelo Conselho de Segurança da ONU. Em Gaza há cada vez mais crianças a morrer à fome, mortas pelas forças israelitas ou sem cuidados de saúde. Os hospitais estão sem recursos, há falta de médicos, medicamentos ou camas para tanta procura, e há também a falta de uma postura mais interventiva da comunidade internacional. O hospital de Rafah luta com a falta de recursos, sem medicamentos nem camas suficientes, há crianças a morrer à fome e de doença, e outras tantas com a vida por um fio. Gaza é uma tragédia a céu aberto. Não há lugar seguro para onde alguém possa ir, estão todos à espera de alguém que os salve. A comunidade internacional acusa Israel de fazer da fome uma arma de guerra. Depois de mostrar muitas atrocidades cometidas pelas forças israelitas, o apresentador afirmou, como conclusão, que os palestinianos já ultrapassaram a situação de colapso.
Em 26-02-2024 foi noticiado que, na Faixa de Gaza, alguns palestinianos já comem ervas e forragem para gado. Em 19-10-2023, o médico Nelson Olim afirmou na RTP Notícias: “Vai acabar por surgir cólera em Gaza nesta catástrofe humanitária perfeita”.
Neste momento, os judeus já perderam o direito à compaixão pelo holocausto realizado por Hitler. Aliás, penso que este holocausto foi a punição antecipada pelas atrocidades que os israelitas têm praticado sobre os palestinianos desde 1948. A escumalha sionista merece agora um holocausto social, ou seja, a exclusão do convívio com os povos mais civilizados do mundo. O Festival da Eurovisão de 2024 será uma oportunidade para mostrar se existe na Europa a dignidade suficiente para realizar aquele holocausto social.
Os palestinianos têm sido tratados como um rebanho. A escumalha sionista é que determina as zonas onde cada palestiniano pode ir ou estar, e estas zonas podem ser mudadas a qualquer momento pelos guardadores do rebanho.
O artigo “Risco de fome catastrófica sobe para 1,1 milhão de palestinos em Gaza”, da Agência Brasil (disponível na Internet) é uma boa descrição da situação desesperada em que se encontram actualmente os palestinianos em Gaza.
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