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Sobre este blogue

A maior parte deste blogue é formada por reflexões sobre temas de índole filosófica, nomeadamente os problemas de Deus, do livre-arbítrio, do mal, da mente e do sentido da vida, que constituem o essencial da mundivisão do titular. O blogue é a continuação das seguintes obras:

“Diário Quase Filosófico (2001-2006)”, Edições Ecopy, 2013

“Diário Quase Filosófico (2007-2010)”, Sítio do Livro, 2017

“Diário Quase Filosófico (2016-2020)”, Ed. 5 Livros, 2021

Como se vê, o intervalo de 2011 a 2015 não é abrangido por estes livros. O presente blogue pretende preencher este hiato e apresentar as reflexões redigidas depois de 2020. Por isso, o título de cada postagem do blogue contém um número de ano seguido de um número de ordem (por exemplo: Espírito e ideias, 2022-9).

 

Mensagens populares deste blogue

A verdadeira religião, 2025-12

 A verdadeira crença em Deus determina uma necessidade permanente de partilhar as boas emoções. Algumas pessoas são crentes por natureza. “Muito do que foi chamado religião carrega uma atitude inconsciente de hostilidade em relação à vida. A verdadeira religião deve ensinar que a vida está cheia de alegrias agradáveis aos olhos de Deus, que o conhecimento sem acção é vazio. Todos os homens devem ver que o ensino da religião por regras e rotina é em grande parte uma farsa. O ensino adequado é reconhecido com facilidade. Pode conhecê-lo sem falhar porque desperta dentro de si aquela sensação que lhe diz que isto é algo que sempre soube.” (Frank Herbert) “Quando a religião e a política viajam na mesma carroça, os condutores acreditam que podem afastar tudo do caminho.” (Frank Herbert) Veja-se o regime teocrático do Irão. Actualmente vemos governantes cometer as piores atrocidades, e ao mesmo tempo a apelar à religiosidade do povo e a invocar Deus com frequência. Estes safados e hipócr...

Metáforas e mitos, 2024-58

Uma metáfora é uma figura de estilo que visa esclarecer, por meio de palavras e/ou imagens, uma realidade que não podemos conhecer completamente. Mas este esclarecimento só convence aqueles que partilham do ponto de vista do autor da metáfora.   As metáforas são muito úteis para explicar tópicos complexos em termos simples e familiares. Mas uma metáfora elucida apenas um aspecto de uma questão, sem dar uma explicação completa. Uma vez que a “coisa em si” (realidade absoluta) é incognoscível, muito do conhecimento humano é metafórico e é portanto, em larga medida, uma construção da mente. Assim, podemos compreender a seguinte frase de Pierre Bourdieu: “The mind is a metaphor of the world of objects”. O que dizemos é uma metáfora do que sentimos. Dado que o invisível não pode definir-se, uma metáfora não é uma definição. Uma metáfora tenta explicar o inefável através de ideias que sabemos definir. Exemplos de metáforas: “O amor é fogo que arde sem se ver” (Camões); Deus é o...

Poder absoluto, 2025-10

  A teologia diz que Deus é amor e que é todo-poderoso. Estes dois atributos parecem-me algo contraditórios porque o poder esmaga mas o amor acaricia. A ideia de Deus construída pelo homem é contraditória porque a mente humana também o é. O homem aspira a ser poderoso e por isso concebe um Deus todo-poderoso. Mas deve ter-se em conta que ao pedir ajuda a Deus estamos a admitir que Ele não é responsável por aquilo que nos acontece. “O poder tende a corromper, e o poder absoluto corrompe absolutamente.” (Lord Acton) Por isso a democracia é incompatível com o poder absoluto. No artigo “Frank Herbert’s Amazing ‘Dune’ Quote”, de Jonathan Miltimore (disponível da Internet), encontrei um pensamento mais convincente do que o anterior: "Todos os governos sofrem de um problema recorrente: o poder atrai personalidades patológicas. Não é que o poder corrompa, mas é magnético para o corruptível. Estas pessoas têm tendência a embriagar-se com a violência, uma condição na qual se t...