Propus atrás que as pessoas lúcidas e dignas façam o possível para que os sionistas sintam vergonha de ser judeus (vide post 2025-17). Mas o facto de Israel ter ficado em segundo lugar no Festival Eurovisão da Canção mostra claramente que um número demasiado grande de pessoas não tem a sua dignidade em devida conta. Nestas condições a Humanidade não vai conseguir tornar-se verdadeiramente humana e portanto a sua existência deixou de ter interesse.
Theodor W. Adorno afirmou que “escrever poesia depois de Auschwitz é uma barbaridade”. Eu digo que o genocídio de Gaza, perpetrado pelos descendentes dos que sofreram em Auschwitz, tornou a filosofia irrelevante, porque a realidade humana revelou-se absurda demais para ser pensada. Não creio que a Humanidade consiga encontrar maneiras de evitar barbaridades deste tipo. Só a repressão por isolamento (vide post 2024-52) poderia ter um efeito significativo, mas duvido que haja dignidade suficiente para a pôr em prática.
“A maior parte da população não é muito inteligente, teme a responsabilidade e não deseja nada melhor do que ser informada do que fazer. Desde que os governantes não interfiram com os seus confortos materiais e as suas crenças, é perfeitamente feliz em deixar-se governar.” (Aldous Huxley)
Temos povos ingénuos governados por políticos megalómanos, incompetentes e grotescos.
“O caminho da vida pode ser livre e belo, mas nós extraviámo-nos. A ganância envenenou as almas dos homens, levantou no mundo as muralhas do ódio, e tem-nos feito marchar a passo de ganso em direcção à miséria e ao derramamento de sangue. Vivemos na era da velocidade, mas sentimo-nos enclausurados. As máquinas, que dão abundância, têm-nos levado à penúria. Os nossos conhecimentos tornaram-nos cínicos; a nossa esperteza, duros e cruéis. Pensamos demais e sentimos bem pouco. Mais do que máquinas precisamos de humanidade. Mais do que inteligência, precisamos de bondade e amabilidade. Sem estas qualidades, a vida será violenta e tudo estará perdido…” (“O Grande Ditador”, de Charles Chaplin – Trecho do discurso final)
Mas, como escrevi atrás, o passado aconteceu da única maneira que podia ter acontecido, salvo desvios devidos ao acaso (vide posts 2025-11 e 2025-20). Lamentar o passado não vai certamente melhorar o futuro. E temer o futuro também não vai melhorá-lo.
Um ser vivo e uma sociedade humana são dois organismos controlados pelo mesmo conjunto de leis naturais.
Dramatizamos a vida porque pensamos que ela é um assunto sério. Mas não existe nenhuma razão séria para a vida ser tomada a sério. A vida é um espectáculo que ou é divertido ou é absurdo, e neste caso só pode deixar-nos indiferentes. Para nos aproximarmos da felicidade devemos aprender a rir da vida. E por vezes aqueles que tomam a vida (e se tomam a si mesmos) mais a sério são os que me dão mais vontade de rir.
O objectivo da vida é satisfazer os desejos dos seres vivos. No que respeita aos humanos, a experiência de séculos mostra que a satisfação desses desejos não consegue dar um significado universal à vida humana.
Neste momento, no Canadá, estão a ocorrer incêndios florestais de enorme extensão e violência, que já forçaram 25 mil pessoas a sair de casa. Este fogo, que começou no Parque natural de Jasper, poderá ser considerado o pior dos últimos oito anos na região. Existem 176 fogos activos, 50 por controlar. O Canadá está a enfrentar alterações climáticas significativas, com o aquecimento a ocorrer a um ritmo mais rápido do que o resto do mundo. A média nacional de temperatura em 2023 foi 2,8°C acima da média de referência de 1961 a 1990, sendo o segundo ano mais quente desde 1948. O país está a experimentar aumentos na precipitação, eventos climáticos mais extremos, escassez de água e um risco acrescido de inundações costeiras.
O colapso ambiental vai ser a prova definitiva de que a vida não pode ser tomada a sério.
A verdadeira crença em Deus determina uma necessidade permanente de partilhar as boas emoções. Algumas pessoas são crentes por natureza. “Muito do que foi chamado religião carrega uma atitude inconsciente de hostilidade em relação à vida. A verdadeira religião deve ensinar que a vida está cheia de alegrias agradáveis aos olhos de Deus, que o conhecimento sem acção é vazio. Todos os homens devem ver que o ensino da religião por regras e rotina é em grande parte uma farsa. O ensino adequado é reconhecido com facilidade. Pode conhecê-lo sem falhar porque desperta dentro de si aquela sensação que lhe diz que isto é algo que sempre soube.” (Frank Herbert) “Quando a religião e a política viajam na mesma carroça, os condutores acreditam que podem afastar tudo do caminho.” (Frank Herbert) Veja-se o regime teocrático do Irão. Actualmente vemos governantes cometer as piores atrocidades, e ao mesmo tempo a apelar à religiosidade do povo e a invocar Deus com frequência. Estes safados e hipócr...
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