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Holocausto de Gaza, 2025-22

A investigação da Amnistia Internacional encontrou bases suficientes para concluir que Israel cometeu e continua a cometer genocídio contra os palestinianos na Faixa de Gaza ocupada, o que é afirmado num relatório de referência publicado esta quinta-feira (05-12-2024), relatório com quase 300 páginas disponível no site da Amnistia Internacional, sob o título “Israel está cometer genocídio contra os palestinianos em Gaza”.
“O relatório da Amnistia Internacional demonstra que Israel levou a cabo actos proibidos pela Convenção sobre o Genocídio, com a intenção específica de destruir os palestinianos em Gaza. Estes actos incluem assassinatos, causar lesões corporais ou mentais graves e infligir deliberadamente aos palestinianos em Gaza condições de vida calculadas para provocar a sua destruição física. Mês após mês, Israel tem tratado os palestinianos em Gaza como um grupo sub-humano indigno dos direitos humanos e da dignidade, demonstrando a sua intenção de os destruir fisicamente”, afirmou Agnès Callamard, secretária-geral da Amnistia Internacional. “As nossas conclusões condenatórias devem servir de alerta para a comunidade internacional: isto é genocídio. Tem de acabar já”.
O relatório da Amnistia Internacional examina em pormenor as violações cometidas por Israel em Gaza durante nove meses, entre 7 de outubro de 2023 e o início de julho de 2024. A organização entrevistou 212 pessoas, incluindo vítimas e testemunhas palestinianas, autoridades locais em Gaza, profissionais de saúde, realizou trabalho de campo e analisou uma vasta gama de provas visuais e digitais, incluindo imagens de satélite. Analisou também as declarações de altos responsáveis governamentais e militares israelitas, bem como de organismos oficiais israelitas. Em várias ocasiões, a organização partilhou as suas conclusões com as autoridades israelitas, mas não recebeu qualquer resposta concreta à data da publicação.

No site da RTP Notícias foi noticiado o seguinte:
Um ano depois do ataque do Hamas e dos muitos ataques de Israel à Faixa de Gaza, o cirurgião e especialista em medicina de emergência, Nélson Olim, ouvido esta manhã pela Antena 1 (em 07-12-2024), fala num conflito sem comparação a nível humanitário. Nélson Olim, que esteve também em Gaza a coordenar uma equipa de trauma da OMS, diz que Israel dificulta o acesso humanitário e assiste-se hoje ao ressurgimento de doenças. Quanto às infraestruturas, descreve um cenário de destruição total e afirma que a fome está sendo usada como arma de guerra.

Desde Dezembro de 2024 até agora a situação tem piorado e muito. O doente mental chamado Trump tem dado um forte alento ao criminoso Netanyahu. Este disse recentemente: “Acho que o presidente Trump é o maior amigo de Israel na Casa Branca”.

Em 27-05-2025, sob o título “Fome em Gaza”, o jornal Público publicou a fotografia de uma criança palestiniana que lembra o aspecto dos judeus nos campos de concentração nazis. No mesmo dia, na SIC Notícias, foi afirmado o seguinte:
“O chanceler alemão considera que o que está a acontecer em Gaza deixou de ser compreensível e a presidente da Comissão Europeia fala de uma operação militar abominável.” Os líderes europeus começam a ficar indignados com o genocídio que está sendo perpetrado em Gaza e ameaçam romper acordo de cooperação com Israel. Mas custa-me tomar a sério estas ameaças porque o lobby sionista é muito poderoso. A única coisa de que podemos estar certos é que Gaza é o lugar da Terra onde se passa mais fome.

Em 29-05-2025, a Antena 1 noticiava: Israel invoca "direito histórico" para avançar com mais 22 colonatos na Cisjordânia, correndo o risco de deteriorar ainda mais as relações com grande parte da comunidade internacional, crescentemente prejudicadas pela guerra na Faixa de Gaza.

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