Avançar para o conteúdo principal

O poder nazi-sionista, 2025-28

Trump é o meu palhaço preferido. Ele disse que, apesar de ter mandado bombardear as centrais nucleares do Irão, não está em guerra com este país. Por isso não informou a Câmara dos Representantes. Ele deve pensar que não está em guerra com o Irão e que se limitou a fazer um trabalhinho ao seu amigo Netanyahu. Temos de concluir que que governa os EUA é a corja sionista. Logo a seguir ao bombardeamento, Trump afirmou que “a força vai trazer a paz”. Não, a força vai trazer o ódio e o desejo de vingança.
É claro que agora o Irão vai abandonar o “Tratado de Não-Proliferação de Armas Nucleares”, vai continuar o projecto de enriquecimento de urânio, livre de qualquer fiscalização, e daqui a algum tempo vai anunciar que já tem bombas atómicas. Quero ver se depois Israel ou os EUA vão querer bombardear o Irão.
Afirmo de novo a minha convicção de que quem se julga mais esperto do que os outros acaba sempre por cometer um erro fatal.

Em 20-06-2025, o Jornal de Notícias noticiava o seguinte:
“Mais de cem organizações europeias exigem a suspensão do acordo de associação entre a União Europeia (UE) e Israel devido ao “reiterado incumprimento” por este Estado da “obrigação de respeitar os direitos humanos e os princípios democráticos”.
Em declaração conjunta, 114 organizações sindicais, de direitos humanos e humanitárias, entre as quais o português Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente (MPPM), querem que esta seja a decisão a tomar pelos ministros dos Negócios Estrangeiros da UE, que se vão reunir na segunda-feira.
Em particular, as organizações, entre as quais a Amnistia Internacional, a Human Rights Watch, a Federação Internacional dos Direitos Humanos e a Pax Christi International, pretendem que a revisão em curso do cumprimento por parte de Israel do artigo 2.º do Acordo de Associação seja “exaustiva, abrangente e credível”.
Este artigo, acentuam, estabelece que o respeito pelos direitos humanos e pelos princípios democráticos constitui um “elemento essencial” do acordo.
Ora, contrapõem, “perante as provas esmagadoras dos crimes atrozes e outras violações graves dos direitos humanos cometidos por Israel contra os palestinos em todo o Território Palestino Ocupado (TPO), uma revisão credível só pode chegar a uma conclusão: que Israel está em grave incumprimento do artigo 2.º”.
Desta forma, os subscritores, que incluem também as francesas Confederação Geral do Trabalho e União Sindical Solidaires e a União Geral dos Trabalhadores de Espanha, querem que a Comissão Europeia e os Estados-Membros apoiem “medidas significativas e concretas, incluindo a suspensão do Acordo de Associação UE-Israel”.
Os autores do texto, em que estão várias organizações judaicas, como Collectif Judéo-Arabe et Citoyen pour la Palestine (CJACP), European Jews for Palestine, Jewish Call for Peace e a Union Juive Française pour la Paix, declaram-se “chocados com o facto de a UE ter demorado tanto tempo a lançar esta revisão”.
É que, recordam, Espanha e Irlanda já a tinham solicitado em fevereiro de 2024, além da existência de “decisões dos tribunais internacionais, dos mandados de detenção emitidos pelo Tribunal Penal Internacional e dos inúmeros relatórios de organismos da ONU, especialistas independentes, ONG proeminentes e académicos que expõem as violações muito graves dos direitos humanos e do direito internacional humanitário por parte de Israel em todo o Território Palestiniano Ocupado, incluindo crimes de guerra, crimes contra a humanidade — incluindo deslocação forçada, apartheid e extermínio — e genocídio”.
Acresce, sublinham, que “o contexto em que esta revisão está a ser realizada é dramático e requer medidas urgentes e eficazes”, dado o “sofrimento indescritível” dos palestinianos, causado designadamente pelo bloqueio completo de Israel à entrada de ajuda na Faixa de Gaza e à expansão das suas operações militares.
Apontam ainda que, “como partes na Convenção sobre o Genocídio, todos os Estados-Membros da UE têm a obrigação de ‘empregar todos os meios razoavelmente ao seu alcance’ para impedir um genocídio”, a propósito do que entendem que “a acção da UE está muito atrasada”.
Por junto, consideram que uma “revisão fraca ou inconclusiva do cumprimento do artigo 2.º por parte de Israel e/ou a incapacidade da Comissão e do Conselho de suspender pelo menos parte do Acordo de Associação acabariam por destruir o que resta da credibilidade da UE”.
Mais importante ainda, este desempenho “encorajaria ainda mais as autoridades israelitas a continuar os seus crimes atrozes e outras violações graves contra os palestinos com total impunidade”.
A guerra eclodiu em Gaza após um ataque sem precedentes do grupo islamita palestiniano Hamas em solo israelita, em 7 de outubro de 2023, que causou cerca de 1200 mortos e mais de duas centenas de reféns.
Após o ataque do Hamas, Israel desencadeou uma ofensiva em grande escala na Faixa de Gaza, que provocou mais de 55 mil mortos, na maioria civis, e um desastre humanitário, desestabilizando toda a região do Médio Oriente.
A ofensiva israelita também destruiu grande parte das infraestruturas do território governado pelo Hamas desde 2007.
Israel justificou a acção militar com a necessidade de resgatar os reféns e eliminar totalmente as capacidades militares do Hamas, mas a intervenção israelita foi considerada desproporcionada, com o número de civis palestinianos mortos pelas forças israelitas a aumentar diariamente.
A situação da população do enclave devastado pelos bombardeamentos e ofensivas terrestres israelitas agravou-se mais ainda pelo facto de a partir de 2 de março, e durante quase três meses, Israel ter impedido a entrada em Gaza de alimentos, água, medicamentos e combustível.
A África do Sul levou Israel ao Tribunal Internacional de Justiça pelo crime de genocídio.”

Tenho muitas dúvidas de que a UE tenha a coragem e a dignidade de romper o acordo com Israel. A seguir será necessário expulsar Israel de todas as actividades desportivas e culturais da Europa.
Num artigo do Público de 28-12-2024, Alexandra Lucas Coelho escreveu: “Israel acabou. O futuro é da Palestina”. De facto, Netanyahu está a cobrir de vergonha os judeus com um mínimo de dignidade. E não falta muito para podermos dizer que a Europa acabou também.

Comentários

Mensagens populares deste blogue

A verdadeira religião, 2025-12

 A verdadeira crença em Deus determina uma necessidade permanente de partilhar as boas emoções. Algumas pessoas são crentes por natureza. “Muito do que foi chamado religião carrega uma atitude inconsciente de hostilidade em relação à vida. A verdadeira religião deve ensinar que a vida está cheia de alegrias agradáveis aos olhos de Deus, que o conhecimento sem acção é vazio. Todos os homens devem ver que o ensino da religião por regras e rotina é em grande parte uma farsa. O ensino adequado é reconhecido com facilidade. Pode conhecê-lo sem falhar porque desperta dentro de si aquela sensação que lhe diz que isto é algo que sempre soube.” (Frank Herbert) “Quando a religião e a política viajam na mesma carroça, os condutores acreditam que podem afastar tudo do caminho.” (Frank Herbert) Veja-se o regime teocrático do Irão. Actualmente vemos governantes cometer as piores atrocidades, e ao mesmo tempo a apelar à religiosidade do povo e a invocar Deus com frequência. Estes safados e hipócr...

Metáforas e mitos, 2024-58

Uma metáfora é uma figura de estilo que visa esclarecer, por meio de palavras e/ou imagens, uma realidade que não podemos conhecer completamente. Mas este esclarecimento só convence aqueles que partilham do ponto de vista do autor da metáfora.   As metáforas são muito úteis para explicar tópicos complexos em termos simples e familiares. Mas uma metáfora elucida apenas um aspecto de uma questão, sem dar uma explicação completa. Uma vez que a “coisa em si” (realidade absoluta) é incognoscível, muito do conhecimento humano é metafórico e é portanto, em larga medida, uma construção da mente. Assim, podemos compreender a seguinte frase de Pierre Bourdieu: “The mind is a metaphor of the world of objects”. O que dizemos é uma metáfora do que sentimos. Dado que o invisível não pode definir-se, uma metáfora não é uma definição. Uma metáfora tenta explicar o inefável através de ideias que sabemos definir. Exemplos de metáforas: “O amor é fogo que arde sem se ver” (Camões); Deus é o...

Poder absoluto, 2025-10

  A teologia diz que Deus é amor e que é todo-poderoso. Estes dois atributos parecem-me algo contraditórios porque o poder esmaga mas o amor acaricia. A ideia de Deus construída pelo homem é contraditória porque a mente humana também o é. O homem aspira a ser poderoso e por isso concebe um Deus todo-poderoso. Mas deve ter-se em conta que ao pedir ajuda a Deus estamos a admitir que Ele não é responsável por aquilo que nos acontece. “O poder tende a corromper, e o poder absoluto corrompe absolutamente.” (Lord Acton) Por isso a democracia é incompatível com o poder absoluto. No artigo “Frank Herbert’s Amazing ‘Dune’ Quote”, de Jonathan Miltimore (disponível da Internet), encontrei um pensamento mais convincente do que o anterior: "Todos os governos sofrem de um problema recorrente: o poder atrai personalidades patológicas. Não é que o poder corrompa, mas é magnético para o corruptível. Estas pessoas têm tendência a embriagar-se com a violência, uma condição na qual se t...